azul caixão
Julia Bicalho Mendes
Sobre
a artista
Sobre
a artista
Sou poeta, performer, tradutora, designer em sustentabilidades, e caminhante (atualmente entre os cômodos da casa). Nasci no Rio, embora tenha aprendido a partir pequena, e vivido muito mais tempo em outros lugares.
Os tantos anos de trânsito me fizeram absorver alguns desvarios de linguagem, um certo cansaço, muita curiosidade e ao mesmo tempo um sentimento estrangeiro agarrado ao corpo. Sentir-se deslocada todo o tempo foi uma das coisas que me instigou na investigação das fronteiras e rompimento delas. Procurei juntar os cacos através da polifonia, escrevendo em idiomas espontâneos, e realizando performances que incluem, por exemplo, a poesia, a música, a meditação, entrelaçadas. A fronteira para mim é uma violência e a falta de fronteira às vezes também – sinto o desafio de viver ou experimentar esse equilíbrio.
Publiquei notas espalhadas por revistas, murais, antologias e três livros de poesia: para um corpo preso no guindaste (ed. Patuá, 2012); desde quando deserto (ed. Patuá, 2014); e azul caixão (ed. Primata, 2019), composto a partir de uma investigação de quatro anos sobre o fenômeno (homônimo ao livro) que acontece com alguns mergulhadores no fundo do mar. A qualquer coisa que me dedique, a arte tem sido, para mim, uma entidade de busca, assim como o [auto]cuidado e a [auto]investigação, se tornaram primícias fundamentais do reagente poético.
No mais, me preocupa falar dê e romper estigmas sociais, recuperar a ecologia das relações e da vida. E creio que toda escolha, como toda arte, também é política.
Julia Bicalho Mendes